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Perdendo o medo de ser vista
TikTok, podcast e projetos 2025
Um vídeo curto para a internet pode levar 10 minutos para ser gravado, mas me custou 10 meses, entre um ano e outro, para tomar coragem de postá-lo. Esse foi o tamanho do meu medo.
Coincidentemente, durante esse tempo, o tema “medo de ser percebida” ascendeu entre os assuntos mais discutidos nas redes sociais, ou ao menos na minha timeline como uma espécie de sinal. E uma afirmação dessas ficou presa na minha cabeça: “o seu medo de ser percebida é o que está te segurando”.
Para alguém que inventou um nome novo para não ser reconhecida, sempre foi aterrorizada pela exposição que a publicação tradicional requer, e usou o anonimato da internet como único meio viável de contar histórias, ser vista sempre foi uma questão importante sim.
Eu repetia que queria atenção para os meus livros, não para mim, como se estivesse sob meu controle decidir isso. Mas, com o tempo e a experiência, chega a hora que percebemos como é uma tarefa quase impossível; afinal, é tão mais complicado convencer as pessoas a lerem algo seu quando não te conhecem (o que me me faz lembrar de agradecer a você por estar aqui lendo isso agora! Obrigada pelo seu interesse em assinar essa newsletter ♥️).
Então, em abril de 2024, eu decidi que tentaria me apresentar às pessoas. Fechada no silêncio do meu quarto, escondida para (ironicamente) ninguém ver, liguei a câmera e gravei. Se não desse certo, era só apagar e fingir que nada aconteceu. Mas, no final… meio que deu certo. Pelo menos internamente deu certo pra caramba! Foi assim que descobri o quanto pode ser divertido dublar áudios engraçadinhos, me arrumar ao menos uma vez na semana e simpatizar com o que vejo quando olho pra mim. Eu realmente não sabia que as recompensas por tentar isso seriam muito mais internas do que externas.
Agora, em fevereiro de 2025, foi que decidi compartilhar com as outras pessoas o que tinha feito. Tomada por um nervosismo muito similar a escrever, diga-se de passagem (porque os sentimentos entre criar um livro e publicá-lo são praticamente forças antagonistas, mas isso é papo para outra hora). A questão é: criei uma conta no TikTok e me vi, pela primeira vez, encorajada a falar sobre meus livros, enquanto me divertia no processo. Acredite em mim quando digo que isso é uma conquista e tanto.
@annanchieta oii, booktok! 👋 é minha primeira vez mostrando o rosto e a voz aqui 🥺 nervosa, porém animada para aparecer mais vezes! #booktok #escritora #livros
Eu literalmente chorei depois de postar o primeiro vídeo e fui invadida por dezenas de pensamentos arrependidos querendo voltar atrás. Mas, em menos de uma semana, comecei a receber mensagens de pessoas interessadas no que eu tinha para dizer, me contando que já estavam lendo o livro que divulguei, comentando que aquele era o tipo de história que gostavam e procuravam. E foi exatamente como uma das frases que ouvi durante meu processo de encorajamento:
“o que acontece quando você perde o medo de ser visto pelo mundo? […] com o tempo, percebi algo incrível: as minhas pessoas estavam chegando. […] e a minha arte encontrou quem precisava dela.”
Outra novidade em primeira mão
E não foi só o TikTok: a minha (crônica e reprimida) vontade de expressão também deu origem a um podcast! Anos atrás, se me dissessem que eu teria a iniciativa de criar um podcast com a minha voz e as minhas ideias, eu diria que era loucura. Mas aconteceu! O programa leva o mesmo nome que essa newsletter, Annarradora, e vai ser um espaço para falar mais sobre vida criativa e ficção, além de cultura pop e assuntos do momento.
No primeiro episódio, foi onde falei sobre algumas das minhas ideias acerca de Fernanda Torres e a crescente identificação latina dos brasileiros, além de dar spoilers sobre um dos meus próximos projetos, que é uma novela sáfica 👀.
O que mais tem de novo
CONQUISTA: “Quem matou Capitão Gancho"?” ultrapassou as 400 avaliações na Amazon! 🥳🎊
O que tenho escrito
FLOR DE LÁGRIMA é o principal projeto para o qual vou me dedicar em 2025.
Para quem não conhece, Flor de lágrima é meu livro de romance sobrenatural com deuses gregos, uma releitura moderna do mito de Apolo/Jacinto/Zéfiro nos moldes de Hush Hush, Fallen e Crepúsculo (sim, é farofada mesmo, só que gay).
Eu publiquei o primeiro volume da duologia no Wattpad (que chegou a vencer o Wattys 2020 na categoria de Fantasia), mas nunca mostrei o que seria o segundo volume com a conclusão dessa história.
O que antes era uma duologia, agora vai se transformar em um volume único. Então minha missão tem sido cortar metade do manuscrito que estava pronto e escrever a nova segunda metade, que equivale ao antigo segundo volume.
Na próxima edição da newsletter, pretendo contar mais sobre o processo criativo desse livro. Por enquanto, vou deixar aqui o pedaço de uma nova ilustração 👀

Spoiler de uma das novas ilustrações de Flor de lágrima. Artista: Amanda Santos.
O que tenho lido
Espera (Maggie Stiefvater) ![]() Poucas pessoas podem me fazer apaixonar por casais heterossexuais, e uma delas é Maggie Stiefvater. Esse é o segundo livro da trilogia Os Lobos de Mercy Falls (e a primeira leitura 5 estrelas + favoritado do meu ano!). | Até os Ossos (Camille De Angelis) ![]() Essa leitura ainda está em andamento, então não tenho conclusões sobre ela. O que posso dizer é que esse romance sobre canibalismo usado como metáfora tem o meu interesse pessoal, principalmente por compartilhar temas com um projeto meu que logo quero escrever… Então está servindo como uma espécie de estudo de caso 👀🫀 |
Por enquanto, é isso! Na próxima edição, pretendo falar mais sobre o processo de reescrita de Flor de lágrima, trazendo recomendações de leituras relacionadas à mitologia greco-romana.
Espero ver vocês lá!
Até logo! 💌